segunda-feira, 28 de maio de 2012

ONTOLOGIA


Há duas maneiras possíveis de entender a ontologia, ou seja, dois aspectos segundo os quais se podem estudar o ser.

O primeiro é o aspecto dito "existencial": a ontologia, nesse caso, consiste em um saber sobre aquilo que é fundamental ou irredutível, comum a todos os entes singulares. Em outros termos, seria a ciência de um ente primeiro ou primordial em que todos os demais se sintetizam.

A segunda maneira de conceber a investigação ontológica refere-se ao aspecto "essencial" do ser e estabelece como meta a determinação daquelas leis, estruturas ou causas do ser em si. Alguns filósofos preferem separar a metafísica, identificada com a ontologia de tipo "existencial", de uma ontologia propriamente dita, definida como teoria formal dos objetos. Outros se opõem a essa divisão e defendem a unidade filosófica no estudo do ser.

Como disciplina especial da filosofia, a ontologia foi cultivada desde o século XVIII por autores da tradição escolástica e de outras tendências. O filósofo racionalista alemão Christian Wolff, graças a quem o termo ontologia ganhou projeção, diferenciou-a das demais ciências particulares, atribuindo-lhe caráter dedutivo abstrato e estruturando-a mediante a análise de conceitos como ser, possibilidade e realidade, quantidade e qualidade, causa e efeito. Aristóteles distinguiu-a como filosofia primeira e deu, assim, o primeiro passo para o advento da reflexão ontológica, dois mil anos antes da entrada do termo "ontologia" no vocabulário filosófico.


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