Há duas maneiras possíveis de entender a ontologia, ou seja,
dois aspectos segundo os quais se podem estudar o ser.
O primeiro é o aspecto dito "existencial": a
ontologia, nesse caso, consiste em um saber sobre aquilo que é fundamental ou
irredutível, comum a todos os entes singulares. Em outros termos, seria a
ciência de um ente primeiro ou primordial em que todos os demais se sintetizam.
A segunda maneira de conceber a investigação ontológica
refere-se ao aspecto "essencial" do ser e estabelece como meta a
determinação daquelas leis, estruturas ou causas do ser em si. Alguns filósofos
preferem separar a metafísica, identificada com a ontologia de tipo
"existencial", de uma ontologia propriamente dita, definida como
teoria formal dos objetos. Outros se opõem a essa divisão e defendem a unidade
filosófica no estudo do ser.
Como disciplina especial da filosofia, a ontologia foi
cultivada desde o século XVIII por autores da tradição escolástica e de outras
tendências. O filósofo racionalista alemão Christian Wolff, graças a quem o
termo ontologia ganhou projeção, diferenciou-a das demais ciências
particulares, atribuindo-lhe caráter dedutivo abstrato e estruturando-a
mediante a análise de conceitos como ser, possibilidade e realidade, quantidade
e qualidade, causa e efeito. Aristóteles distinguiu-a como filosofia primeira e
deu, assim, o primeiro passo para o advento da reflexão ontológica, dois mil
anos antes da entrada do termo "ontologia" no vocabulário filosófico.
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