Com esse método, chamado de
maiêutica, ele tendia a despojar a pessoa da sua falsa ilusão do saber, fragilizando a sua vaidade e
permitindo, assim, que a pessoa estivesse mais livre de falsas crenças e mais
susceptível à extrair a verdade lógica que também estava dentro de si. Sendo
filho de uma parteira, Sócrates costumava comparar a sua atividade com a de
trazer ao mundo a verdade que há dentro de cada um. Ele nada ensinava, apenas
ajudava as pessoas a tirarem de si mesmas opiniões próprias e limpas de falsos
valores, pois o verdadeiro conhecimento tem de vir de dentro, de acordo com a
consciência, e que não se pode obter exprimindo-se os outros. Até mesmo na
atividade de aprender uma disciplina qualquer, o professor nada mais pode fazer
que orientar e esclarecer dúvidas, como um lapidador tira o excesso de entulho
do diamante, não fazendo o próprio diamante. O processo de aprender é um
processo interno, e tanto mais eficaz quanto maior for o interesse de aprender.
Só o conhecimento que vem de dentro é capaz de revelar o verdadeiro
discernimento. Em certo sentido, dizemos que quando uma pessoa "toma
juízo", ela simplesmente traz à consciência algo muito claro que já estava
"dentro" de si. Sócrates procurou, sim, um método para a condução da
alma ao seu verdadeiro bem, mas pôde estabelecê-lo na circunstância precisa em
que procurou primeiro o conhecimento do homem e da terapia apropriada para
levá-lo a alcançar o que, em seu entender, deviam ser os seus verdadeiros fins.
A maiêutica de Sócrates conduz o interlocutor a descobrir paulatinamente o conhecimento sobre o objeto de discussão.
ResponderExcluirNo caso de Sócrates que supunha haver ideias inatas, a maiêutica consistia, mais precisamente, em fazer recordar, despertando os conhecimentos virtualmente possuídos.